Nos dias atuais, não está ocorrendo um declínio das qualidades que são importantes para um homem cultivar?
Sejamos diretos: o que aconteceu com o conceito de “ser um homem”? Cada vez mais, com a intensificação e massificação do “politicamente correto”, acabamos nos prendendo em termos e classificações e perdendo a essência do que deve ser de fato observado: por que todos nós não podemos viver harmoniosamente sendo as melhores e mais evoluídas versões de nós mesmos – destacando que este conceito possui significados diferentes para cada indivíduo.
De fato, podemos afirmam tranquilamente que muitas das qualidades que tradicionalmente foram tidas como importantes no universo masculino tem decaído. Neste ponto, reforça-se, não há uma forma padrão (ou melhor, um estereótipo) do que é ser ‘o’ cara, mas há algumas qualidade – nota-se virtudes – que devem ser valorizadas e desenvolvidas pelo homem.
Desta forma, destacamos a seguir algumas habilidades que o homem moderno deve procurar harmoniosamente desenvolver:
1. Um homem deve tomar suas próprias decisões. E deve preparar-se para isto.
Infelizmente, no contexto atual, estamos em uma sociedade em que cada escolha que fazemos é afetada pela percepção que os outros terão sobre ela. E aqui, vale um destaque importante: passamos o tempo todo tomando decisões (e inclusive, não fazer uma escolha também é tomar uma decisão), seja para uma compra, seja para uma publicação em rede social, seja para algo que você quer fazer ou ver, enfim, tomamos decisões o tempo todo. O fato de querermos agradar continuamente a todos, pode fazer que nossas decisões sejam afetadas e não reflitam exatamente o que queremos ou pensamos.
Obviamente, a opinião dos demais, principalmente os mais experientes, pode ser de grande valor, contudo, há uma grande distância entre buscar um conselho ou informação e tomar uma decisão por você mesmo. Sempre, não apenas por uma questão de conhecimento, deve-se buscar o máximo de informações sobre um determinado assunto, mas para que isto lhe dê condições de entender as suas escolhas, as suas reais necessidades e motivações (e também, lhe permita proteger sua ideia ou posição). Afinal, não faz sentido sermos como uma garrafa ao mar, que segue conforme o balanço da onda.
E sim, existe uma diferença sutil entre uma posição e teimosia. É preciso uma autocrítica, é preciso saber ouvir, não apenas falar, para que, quando estiver equivocado, um homem saiba rever sua posição.
2. Um homem deve demonstrar coragem.
Não temos nenhuma pretensão de entrar aqui na questão do gênero, e sim, no fato de que coragem e o desejo de proteger estão embutidos no ‘gene’ masculino, independente das espécies. E, por exemplo, isso não quer dizer que mulheres precisem de proteção, é simplesmente dizer que um homem naturalmente quer provê-la, seja ou não necessário. Proteger quem se ama, em todos os sentidos da palavra proteger, requer coragem.
Agora, entra um detalhe muito interessante: coragem não é uma questão física. É uma questão de fazer o que deve ser feito. De retidão e alinhamento com suas virtudes e valores. Coragem não significa que você nunca fica nervoso, que não sente medo, que não erra ou que tem uma solução perfeita (à la James Bond) para todas as situações. Significa apenas que você prossegue mesmo quando sente essas coisas, guiado pelas suas convicções e pelo que é o correto a ser feito.
3. Um homem deve sempre se esforçar para ser um cavalheiro.
Um detalhe que faz toda a diferença: todo cavalheiro pode ser homem, mas nem todo homem é um cavalheiro. Cavalheirismo, boas maneiras, etiqueta. Todas práticas que caíram no esquecimento ao longo dos anos, por uma razão ou outra. E o cavalheirismo não diz respeito apenas para com as mulheres, mas sim para com todas pessoas que nos encontramos e deparamos, seja na rua, no trânsito ou no clube. Aliás, temos um artigo que escrevemos a respeito um tempo atrás.
Ceder o lugar, abrir portas, puxar cadeiras, valorizar os que o rodeiam, ouvir mais que falar, tratar a todos com dignidade – todos os pequenos atos de cavalheirismo, que são emblemáticos de um verdadeiro cavalheiro que respeita a si mesmo e àqueles que o rodeiam.
4. Um homem deve polir suas habilidades e talentos.
Precisamos começar acabando com um mito sobre o talento: ou você tem, ou não. Isso é uma das maiores besteiras que ouvimos (aqui, caso queira se aprofundar no assunto, o livro Fora de Série – The Outliers na versão original – do Malcolm Gladwell aprofunda essa questão com uma maestria única). Um ponto importante é que todos aqueles que são os melhores no que fazem – Tiger Woods, Cristiano Ronaldo, Michael Jordan – para chegar lá, se prepararam e muito, falharam, voltaram, falharam novamente, e seguiram até conseguir. O que nos passa é que olhamos o resultado final, após todo o esforço empreendido e cravamos que o cara tem ‘talento natural’. O que existiu de fato, foi muita disciplina, trabalho e dedicação.
Você pode aprender uma nova habilidade ou idioma, pode praticar uma atividade física, pode se dedicar ao aprimoramento intelectual, ao melhoramento de suas relações interpessoais, seja como for, você precisa tomar a decisão e efetivamente realizar uma ação para concretizar. De qualquer forma, é preciso colocar o seu melhor naquilo que está fazendo, extrair o máximo de cada momento e oportunidade. Além disso, uma habilidade que um cavalheiro deve cultivar e polir é ser bem-educado em seus conhecimentos e nos tópicos que ele é versado para falar em uma variedade de situações sociais.
Você deve estar confiante e seguro de suas habilidades e desenvolver aquelas que ainda não possui, seja para utilizá-las, seja para ajudar alguém, independentemente da tarefa. Devemos dedicar tempo e esforço para desenvolver um conjunto completo de talentos que nos permita levar uma vida plena.
Aliás, fica uma reflexão: com tudo que você sabe e com o que fez, você chegou até o ponto onde está. Se você quer fazer melhor, precisa melhorar.
5. Um homem deve exalar confiança sem arrogância.
Existe um esclarecimento importante a ser feito neste assunto: muitos pensam que a arrogância é o reflexo de uma confiança excessiva, quando, na realidade, o oposto é verdadeiro. A arrogância é, facilmente, uma super compensação por falta de confiança, porque alguém está sempre tentando provar a si mesmo e vai longe demais.
Para desenvolver a confiança, uma boa maneira é o estabelecimento de metas mensuráveis para si mesmo (pode ser literalmente algo tão pequeno quanto cumprir um horário ou acordar cedo) e o atingimento destes objetivos. O que acontece aqui é que você começa a construir uma imagem positiva consigo mesmo: se eu disser que vou fazer alguma coisa, eu efetivamente faço, da forma e no período proposto.
Com o passar do tempo, você pode definir metas maiores, continuar a realizá-las e assim por diante. Isso expande a sua zona de conforto e, mais cedo ou mais tarde, vai chegar ao ponto em que você sente que pode realizar literalmente qualquer coisa para a qual você tenha decidido, afinal, você tem um histórico que prova isto.
Neste processo, há ainda a oportunidade para o desenvolvimento da humildade, pois você, eventualmente, falha e aprende sobre si mesmo. Melhora e tenta de novo. Isto faz que você perceba que não é invencível e perfeito. Então, você estabelece confiança, mas também humildade. Confiança, mas sem arrogância.
Aliás, em relação á humildade, ela está associada aos motivos que nos levam a realizar algo: precisamos definir objetivos para atender nós mesmos, não aos demais. Se eu quero acordar cedo, é para aproveitar o meu dia bem, não para mostrar aos demais que sou pontual. Fazer as coisas para você e não para mostrar aos demais é um dos pilares da humildade.
Cultivando estas 5 habilidades, certamente sua vida será muito diferente, em todos os aspectos. Cultive por um tempo e se tornará melhor, cultive por uma vida e será um novo homem. Enfim, um cavalheiro.